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Pactuar a reformulação do Plano de Contingência para Enfrentamento às Arboviroses Transmitidas pelo Aedes aegypti e as consequências delas decorrentes, a partir de 2022.
 
PUBLICADA NO D.O. DE 15 DE AGOSTO DE 2022
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

 

COMISSÃO INTERGESTORES BIPARTITE

 

ATO DA PRESIDENTE

 

DELIBERAÇÃO CIB-RJ N.º 6.926  DE 11 DE AGOSTO DE 2022

 

PACTUA AS AÇÕES DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS ARBOVIROSES TRANSMITIDAS PELO Aedes aegypti, NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

 

 

O Presidente da Comissão Intergestores Bipartite, no uso de suas atribuições e;

CONSIDERANDO:


- a Portaria de Consolidação nº 4 de 28 de setembro de 2017, que aprova as diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e dá outras providências;

- as Deliberações CIB-RJ nº 2.201, de 09 de maio de 2013 e nº 2.976, de 11 de junho de 2014, que aprovam ações de prevenção e controle da dengue no âmbito do Estado do Rio de Janeiro;

- a Deliberação CIB-RJ nº 3.214, de 10 de novembro de 2014, que pactua as ações para o monitoramento da febre chikungunya no estado do Rio de Janeiro;

- o impacto das epidemias provocadas pelas arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue, chikungunya em Zika, nos indicadores de morbimortalidade no estado do Rio de Janeiro;

- a necessidade do planejamento de ações integradas no combate e controle do Aedes aegypti e na organização da rede assistencial para prestação de serviço de forma ordenada;

- a Portaria GM/MS nº 529, de 1º de abril de 2013, que instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP);

- a RDC ANVISA nº 36, Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) nº 3635 de julho de 2013, que Instituiu ações para a segurança do paciente em serviços de saúde; e

- a Deliberação CIB-RJ nº 3.801, de 14 de julho de 2016, que pactua ações de prevenção e controle das arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti, no âmbito do estado do Rio de Janeiro;

- a documentação anexada no processo n° SEI-080001/017649/2022;

- a 8ª Reunião Ordinária da CIB-RJ realizada em 11/08/2022.

DELIBERA:

 
Art. 1º - Pactuar a reformulação do Plano de Contingência para Enfrentamento às Arboviroses Transmitidas pelo Aedes aegypti e as consequências delas decorrentes, a partir de 2022.

Art. 2º - Entregar o Plano de Contingência para Enfrentamento às Arboviroses Transmitidas pelo Aedes aegypti e as consequências delas decorrentes à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro até 30 de setembro de 2022.

Art. 3º - Contemplar no respectivo Plano de Contingência os quesitos relacionados no ANEXO I - “Quesitos Mínimos para Elaboração dos Planos de Contingência para Enfrentamento às Arboviroses Transmitidas pelo Aedes aegypti”, e ANEXO II –Plano Estratégico de Ações de Melhoria para Segurança do Paciente (PEAMSP) nos Centros de Hidratação”.

Art. 4º - Os planos continuarão tendo vigência bianual, ou seja, no caso da versão 2022, o mesmo terá vigência de outubro/2022 a setembro/2024, podendo sofrer atualizações caso seja necessário, de acordo com o cenário epidemiológico.

Art. 5º - Esta Deliberação entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário.

 

Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2022.


 

ALEXANDRE O. CHIEPPE

PRESIDENTE

 

 

 

ANEXO I

Quesitos Mínimos para Elaboração dos Planos de Contingência para Enfrentamento às Arboviroses Transmitidas pelo Aedes aegypti:

Plano de XXXX / XXXX - MUNICÍPIO XXXX

 

Sub-dimensões

 

Critério de avaliação

Parâmetros

  1- Grupo coordenador

Identifica/Constitui formalmente (s) coordenador (es) do plano 

2-Responsáveis pela execução das ações do plano

Identifica os responsáveis pelo desencadeamento das ações propostas de acordo com as áreas de atuação/componentes do Plano

Aprovação

3-Aprovação do Plano pelo CMS

Resolução ou cópia de ata de reunião constando a apreciação do plano pelo CMS

Objetivos e metas

4- Objetivos do plano descritos de forma clara e concisa

Refere a população-alvo e período de aplicação do plano nos objetivos

Descreve os objetivos específicos referentes a todos os componentes do plano

5-Descrição das metas

Metas descritas de forma clara e mensuráveis, para cada componente.

Análise de risco

6- Caracterização da situação epidemiológica

Apresenta a análise descritiva dos casos (pessoa, tempo, lugar)

Descrever os sorotipos circulantes

7-Caracterização da situação entomológica e ambiental

Descreve a distribuição vetorial e os índices de infestação

Descreve os fatores ambientais de interface com os vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus (lixo, água)



Sub-dimensões

Critérios de avaliação

Parâmetros

Assistência hospitalar

8- Hospitais de referência para dengue grave

Define o quantitativo e a localização dos hospitais de referência

9- Hospitais de referência para Chikungunya/Zika

Define o quantitativo e a localização dos hospitais de referência

10-Leitos existentes e necessários durante período epidêmico

Menciona número de leitos existente e número de leitos necessário para pacientes com Dengue (Utilizar como base de cálculo o seguinte parâmetro: Para cada 1000 pacientes/mês, geram 1000 hidratações orais, 200 hidratações venosa, 50 internações hospitalares, 8 leitos de clínica médica).

Número de leitos necessários para pacientes com Zika / Chikungunya

11-Leitos de UTI (adulto e pediátrico) necessários

Menciona previsão de leitos de UTI.

Utilizar como base de cálculo o seguinte parâmetro:

Para cada 1000 pacientes/mês geram 5 internações de UTI (1 leito).

Previsão de leitos de UTI para pacientes portadores de Síndrome de Guillain-Barré

 

12-Centrais de marcação de procedimentos, de leitos ou regulação

Define o fluxo para internação

13-Equipe multiprofissional para atendimento nos hospitais de referência

Define as categorias profissionais e os quantitativos, por setor dos serviços (recepção, emergência, internação, UTI, laboratório) necessários para assistência aos pacientes em períodos epidêmicos, ou os mecanismos a serem utilizados para suprir a necessidade.

14- Realização de exames específicos

Refere fluxo de amostras para o laboratório regional? Ou ainda segue o fluxo para o LACEN?

Prevê a garantia dos meios de transporte das amostras ao laboratório de referência

15-Realização de exames inespecíficos

Define os exames disponíveis e o quantitativo para cada agravo.

16-Exames inespecíficos

Normatiza a entrega dos resultados dos exames em tempo máximo, estabelecido pelo protocolo do MS.

17- Laboratórios para exames inespecíficos (hematócrito, plaquetas, etc)

Identifica quais e a localização dos laboratóriose/ou a forma de realização (ex. contratação)

18- Estabelecimento de fluxo de atendimento nas unidades de referência identificadas

Existência de critérios, normas e fluxode atendimento do paciente com Dengue/Chikungunya/Zika, incluindo acolhimento e classificação de risco realizada por profissional de saúde



Sub-dimensões

Critérios de avaliação

Parâmetros

  19-Qualidade técnico-científica

Faz referência a adoção dos protocolos do MS para atendimento ao paciente e inclui os princípios de segurança do paciente, tendo como sugestão ANEXO II, da presente deliberação.

Assistência ambulatorial

20 - Serviços de atendimento de casos suspeitos

Identifica as unidades de saúde referência para atendimento do paciente com Dengue/Chikungunya/Zika, inclusive referência para atendimento 24 horas e finais de semana.

Identifica as Unidades de Saúde referência para reabilitação de crianças portadoras de microcefalia

Especifica a capacidade de atendimento de pacientes com Dengue/Chikungunya/Zika e/ou estratégias para ampliação do atendimento em caso de epidemia.

Define os recursos materiais e humanos necessários para o atendimento, de acordo com os protocolos estabelecidos,

21 - Transporte de urgência para os pacientes de maior gravidade.

Define os recursos necessários para garantir a transferência dos pacientes, de acordo com o protocolo vigente.

22 - Aquisição/disponibilização de medicamentos e insumos

Previsão de aquisição/disponibilização de medicamentos e insumos, como soro, impressos, sais de reidratação, antitérmicos, etc.

23 – Acompanhamentos das gestantes positivas para zika vírus, microcefalia e dos casos de síndrome neurológica pós-doença exantemática

Estabelece estratégias para acompanhamento de 100% das gestantes positivas para Zika

Estabelece estratégias para acompanhamento de 100% das crianças nascidas com microcefalia por infecção congênita.

Vigilância Epidemiológica e Laboratorial

24- Investigação e acompanhamento da Zika

Estabelece estratégias para investigação de 100% das gestantes positivas para Zika

Estabelece estratégias para investigação de 100% das crianças nascidas com microcefalia por infecção congênita

Estabelece estratégias para investigação de 100% dos casos de síndrome neurológica pós-doença exantemática.

26- Investigação de todas as formas graves e óbitos por Dengue/Chikungunya/Zika.

Estabelece estratégias para investigação de 100% dos casos graves e óbitos;

Estabelece estratégias para investigação dos óbitos em até 7 dias, conforme pactuado em CIB.

26- Integração da vigilância Epidemiológica estadual e municipal

Refere e descreve a atuação conjunta das vigilâncias para a investigação de casos e óbitos e análise da situação

Sub-dimensões

Critérios de avaliação

Parâmetros

Vigilância Epidemiológica e Laboratorial

27- Rotina da vigilância epidemiológica durante epidemia

Prevê acompanhamento diário dos casos de Dengue/Chikungunya/Zika, inclusive de pacientes que apresentarem exantema.

Prevê a análise e divulgação periódica da situação epidemiológica

28- Coleta de exames específicos

Define referência para realização dos exames específicos e descreve a capacidade operacional

Estabelece os critérios e fluxo para solicitação de exames para sorologia e isolamento viral

29- Integração entre vigilância Epidemiológica e rede laboratorial

Estabelece fluxo de repasse de informação e retroalimentação

Controle Vetorial

30 - Redução de pendências

Define a(s) estratégia(s) diferenciada(s) que serão adotadas para redução de pendências (imóveis fechados e recusas).

31- Redução da transmissão

Define a estratégia que será adotada na utilização de ultra baixo volume – UBV, ou outra(s) estratégia(s) definidas pelo município para redução da transmissão.

Descreve a(s) estratégia(s) para eliminação de criadouros

Descreve estratégias específicas para controle do vetor nas proximidades dos locais de referência para atendimento aos pacientes.

Refere integração entre as ações de redução da transmissão e a situação epidemiológica apresentada pela Vigilância Epidemiológica.

32- Adequação dos recursos materiais (físico, equipamentos, material e insumos)

Especifica a necessidade de veículos e equipamentos para realizar as ações de UBV conforme normas do MS, ou outra(s) estratégia(s) a serem utilizada(s)

Quantidade adequada de veículos, EPI e equipamento costal para as operações de campo

 

33 – Adequação de Recursos Humanos

Refere a disponibilidade de profissionais em quantidade e com capacitação para desenvolver as atividades (visita domiciliar, ações de bloqueio, visitas a pontos estratégicos)

34- Fortalecimento da participação comunitária

Cita plano de mobilização e comunicação social para período epidêmico

35- Elaboração e distribuição de folhetos informativos

Assegura elaboração e distribuição de folhetos informativos sobre controle mecânico de criadouros para a população em geral



Sub-dimensões

Critérios de avaliação

Parâmetros

Acompanhamento e avaliação

36- Comitê intersetorial de acompanhamento e monitoramento

Apresenta a definição de Comitê Intersetorial para monitoramento do plano.

Menciona a implantação da Sala de Situação, com definição de periodicidade das reuniões.

Atenção Básica

37- Integração com Programa de controle da dengue

Descreve as atribuições e atividades a serem desenvolvidas pelo PACS /PSF por área de atuação (controle vetorial, vigilância epidemiológica, assistência ao paciente, comunicação e mobilização social)

38-Capacidade operacional

Descreve os recursos materiais (equipamentos, medicamentos) na quantidade necessária para atender os pacientes com Dengue/Chikungunya/Zika conforme os protocolos

Capacitações

39- Garantia dos meios para capacitação dos profissionais de saúde da rede pública e privada (foco nos sinais de alerta)

Prevê capacitações para rede pública e privada (foco nos sinais de alerta)

Demonstra garantia dos meios para promover as capacitações

Prevê capacitações nas unidades que apresentarem óbitos.

 

 
ANEXO II:

PLANO ESTRATÉGICO DE AÇÕES DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO PACIENTE (PEAMSP) NOS CENTROS DE HIDRATAÇÃO, modelo básico.

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES, CONFORME A NECESSIDADE DA RESPOSTA – ASSISTÊNCIA


Estratégia de Segurança

Objetivo

Ação

No CH

Responsável

1 Designação de profissional referência ao tema

 Atender a inclusão de requisitos fundamentais de segurança do paciente na assistência prestada.

Designar profissional referência local

Publicitar e apoiar profissional referência

SMS

2 Implementação do PEAMSP

Redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde

Implementar ações com foco na Segurança do Paciente

Incorporar requisitos de segurança do paciente nos CH

Profissional referência designado pela SMS

3 Implementação das práticas seguras

Reduzir incidentes com danos aos pacientes;

Melhorar a qualidade da assistência

Elaborar os POPs das Metas Internacionais de Segurança do Paciente e orientar as equipes

Definir as metas pertinentes, sendo imprescindíveis identificação, higienização de mãos e risco de queda.

Profissional referência designado pela SMS

4 Notificação de Incidentes e Gestão de Risco

Identificar incidentes ocorridos no CH, analisar e propor ações para minimizar a ocorrência de incidentes semelhantes

Elaborar formulário de notificação e sensibilizar equipe/ Receber as notificações, investigar os eventos, e propor ações de melhoria.

Sistema de alerta para notificação ao responsável designado como referência

Definição pelo profissional referência.